quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Paradinha Literária: Mario Quintana.

A CIRANDA
(Mario Quintana)
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A ciranda rodava no meio do mundo,
No meio do mundo a ciranda rodava.
E quando a ciranda parava um segundo,
Um grilo, sozinho no mundo, cantava...
Dali a três quadras o mundo acabava.
Dali a três quadras, num valo profundo...
Bem junto com a rua o mundo acabava,
Rodava a ciranda no meio do mundo...
E Nosso Senhor era ela ali que morava,
Por trás das estrelas, cuidando o seu mundo...
E quando a ciranda por fim terminava.
E o silêncio, em tudo, era mais profundo,
Nosso Senhor esperava... esperava...
Cofiando as suas barbas de Pedro Segundo.
Mario Quintana, brasileiro, considerado o poeta das coisas simples. Em 1940 lançou o seu primeiro livro de poesias, "A rua dos Cataventos", iniciando assim, sua carreira de poeta, escritor e autor infantil. Escreveu o livro "Espelho Mágico", que foi dedicado a Monteiro Lobato. Além de um grande poeta era apreciador das coisas aparentemente irrelevantes da vida. Foi pensador, filósofo e manifestou sua arte através dos versos. O que é encantador e sempre perceptível nas obras de Quintana é sua maneira sutil e poética de falar de algo, seja da cidade ("A Rua dos Cataventos"), das pessoas, da alma humana ("Espelho mágico"), de si, ou do amor.

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