segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O Homem Sábio.

"A fama do Homem Sábio que vivia numa pequena casa, no alto da montanha, espalhou-se por toda a região, alastrou às vilas e cidades e chegou, finalmente, aos ouvidos do Governador. Então, este decidiu fazer uma longa e difícil jornada para visitar aquele Homem que tanto sabia e com quem poderia aprender técnicas e artes que melhor o habilitassem no governo da cidade. Durante todo o caminho ele foi imaginando como seria o Homem Sábio. Em pensamento, via-o majestoso, dignamente vestido, de ar inacessível, por certo mergulhado em livros raros, tratados difíceis, papéis diversos... Quando finalmente chegou à casa no alto da montanha e bateu à porta, foi recebido por um velhinho simpático, de aspecto simples, humildemente vestido. "Eu gostaria de ver o Homem Sábio," disse ele. O velho sorriu e mandou-o entrar. Enquanto caminhavam os dois ao longo da casa, o Governador olhava ansiosamente à volta, antecipando o encontro com um homem considerado um verdadeiro Sábio. Mas, quando deu por si, já havia dado uma volta ao redor de toda casa e estava, de novo, à porta da rua. O Governador parou, voltou-se para o velho e disse: "Senhor, eu quero ver o Homem Sábio!" Então, o velho a sorrir, disse-lhe: “Olhas e não vês... para tudo e para todos que encontras na tua vida, mesmo que para ti parecerem simples e insignificantes, tens de ter não só os olhos mas também o coração e a mente abertos. Se te fechares nas tuas idéias feitas, nem que te cruzes com o Homem mais sábio do mundo, aprenderás o que quer que seja.” E, dito isto, sempre a sorrir, o velho fechou a porta. Então, o Governador compreendeu que aquele era o Homem Sábio que procurava. Apenas o preconceito que tinha dentro dele, a idéia formada sobre tudo e sobre todos, era o que de lamentável o afastava de enxergar o que procurava."
(Conto chinês, adaptado - autoria desconhecida - aproximação vocabular e correção por Lílian Ramos)

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